terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A ESTRUTURA ECONÓMICA E SOCIAL DEFORMADA

INTRODUÇÃO
Neste trabalho abordaremos sobre a estrutura económica e social deformada, em que começaremos por abordar a estrutura económica e social Uma estrutura é um conjunto de grupos de elementos interrelacionados entre si, estáveis e organizados, em que as mudanças num deles produzem modificações nos restantes. Nas ciências sociais, a totalidade dos elementos organizados não se reduz à soma das partes mas, pelo contrário, define-se pelas relações de interdependência e de solidariedade do conjunto dos elementos que a constituem.Embora relativamente estáveis, as estruturas não deixam de evoluir, tanto num como noutro sector concreto, quer por mutações bruscas quer por variações lentas e contínuas. Seria difícil estudar uma estrutura social se as relações entre os seus elementos mudassem continuamente, mas estável não significa imutável. É portanto conveniente analisar a dinâmica duma estrutura, isto é, a sua evolução num período longo.



Não é possível pensar o conceito de sociedade sem o conceito de estrutura social. A sociedade é uma totalidade composta de partes interdependentes.  A estrutura  é a forma como a sociedade se organiza, essa forma é objeto de estudo da sociologia.  Quando os indivíduos que compõem a sociedade se relacionam entre si,  eles engendram  as estruturas da sociedade. Essas, por sua vez, também determinam as  ações dos indivíduos. A partir disso, há duas formas de teoria social:  uma procura analisar as ações dos indivíduos, buscando entender como elas determinam  as  estruturas da sociedade.  Por essa perspectiva, o indivíduo é imanente à sociedade, pois a partir de suas ações ele produz a sociedade. O principal teórico representante desta teoria social é Max Weber. Por outro lado,  há aqueles que analisam a sociedade como algo constituído e procuram entender como suas estruturas determinam as ações dos indivíduos. Neste caso, a sociedade transcende o indivíduo, pois é independente dele.  Seu principal teórico é Émile Durkhein.  
Refletir sobre as estruturas sociais é procurar entender o significado e funcionamento da sociedade.   Não existe sociedade sem uma estrutura social. Esse fato é importante, pois explica as diferenças entre os sistemas sociais e os padrões de experiência e comportamentos humanos que constituem a vida social. Através da reflexão sobre as estruturas sociais é possível compreender como os homens se comportam socialmente.
A estrutura social revela o comportamento dos indivíduos. Em toda sociedade o conjunto de seus membros exercem papéis sociais. As ações sociais são mediadas por expectativas de comportamento. A expectativa em relação ao comportamento de um pai difere da expectativa em relação a um policial. O papel social de um padre é diferente do papel social de um político. Todos os membros de uma sociedade se e relacionam a partir de uma estrutura normativa. 
Existem várias características que  fazem parte da estrutura social. Uma das mais importantes são as relações de parentesco. Elas são partes intrínsecas de qualquer sociedade,  são partes das relações sociais. Toda sociedade tem um modelo de estrutura familiar. Cada sociedade possui um padrão de funcionamento da família, sendo importante instituição  social exercendo  grande função na estrutura social.
É importante frisar que as estruturas sociais podem se modificar. Essa mudança pode ser impulsionada a partir de uma mudanças nas normas, nas regras, no comportamento ou na base econômica e política de uma sociedade.  As transformações políticas e econômicas que surgiram na idade média foram responsáveis  por modificar as estruturas rurais,  criando novas estruturas, a sociedade industrial. 
No livro de Ítalo Calvino, “As cidades invisíveis”, o personagem Marco Polo relata ao imperador Khan a descrição da cidade de Ercília. O que é inusitado em sua descrição é o relato das estruturas da sociedade de Ercilia,  que são materializadas através de fios coloridos colocados sobre as casas.  É possível compreender essas estruturas a partir da observação direta, elas não aparecem apenas como  formas transcendentes, que surgem apenas da análise das relações sociais, políticas e econômicas dessa sociedade. O simples olhar dos fios nos desvela todas essas estruturas. Vejamos  essa descrição.  
        “Em Ercília, para estabelecer as ligações que orientam a vida da cidade, os habitantes estendem fios entre as arestas das casas, brancos ou pretos ou cinza ou pretos-e-brancos, de acordo com as relações de parentesco, troca, autoridade, representação. Quando os fios são tantos que não se pode mais atravessar, os habitantes vão embora: as casas são desmontadas; restam apenas os fios e os sustentáculos dos fios.
“Do costado de um morro, acampados com os móveis de casa, os prófugos de Ercília olham para o enredo de fios estendidos e os postes que se elevam na planície. Aquela continua a ser a cidade de Ercília, e eles não são nada.
“Reconstroem Ercília em outro lugar. Tecem com os fios uma figura semelhante, mas gostariam que fosse mais complicada e ao mesmo tempo mais regular do que a outra. Depois a abandonam e transferem-se juntamente com as casas para ainda mais longe.
“Deste modo, viajando-se no território de Ercília, depara-se com as ruínas de cidades abandonadas, sem as muralhas que não duram, sem os ossos dos mortos que rolam com o vento: teias de aranha de relações intricadas à procura de uma forma.”
Como podemos notar, toda a estrutura social de Ercilia pode ser compreendida apenas pelos fios.  Ali de forma simbólica está representado as relações sociais, as estrutura de poder, as relações de parentesco e  representação.   Os fios multicoloridos devem ter surgido como um modo simbólico para  organizar  a sociedade de Ercilia,  que cada vez mais tornava-se  complexa. Para se  reproduzir  a forma da cidade em outro local, foi necessários a seus habitantes criar essas estruturas com fios. Toda mudança quantitativa no aumento de seus habitantes ou na criação de novas relações exigia novas estruturas de fios. A estrutura social representada pelos fios refere-se  ao nível de racionalidade da sociedade de Ercilia. A racionalidade é  a relação calculada entre meios e fins.  A ação racional  com relação a fins baseia-se no fato de que o indivíduo orienta sua ação levando em conta os fins, os meios e as consequências implicadas nela. A racionalidade sendo ação calculada  está presente nas estruturas sociais demonstrando o nível de organização social daquela cidade.
A ESTRUTURA ECONÓMICA E SOCIAL
As estruturas têm um lado externo e um lado interno. O lado externo da estrutura chama-se a sua forma, que corresponde a uma determinada fase das forças produtivas; o lado interno, juntamente com os seus elementos e processos, constitui o conteúdo, num período e num espaço determinado. Com base nestas diferenças, podem distinguir-se duas espécies de variações das estruturas, de origem exógena e de origem endógena, segundo dependem de causas exteriores ou de interiores.
A estrutura económica engloba os elementos relativamente estáveis de um conjunto económico, num período e num espaço determinado e assenta na base de cada modo de produção e distribuição. Não é necessário, para que as estruturas económicas formem um todo, que cada unidade de produção e/ou consumo esteja integrada num único mercado ou subordinada às decisões dum poder central, de um poder de Estado.
As diferentes estruturas sociais andam de mãos dadas com os processos, as actividades e as relações económicas. As mudanças económicas não podem deixar de influir nas estruturas sociais. Por sua vez, a interferência humana tem consequências na manipulação dos acontecimentos naturais e sociais e na sua evolução, acarretando transformações na base económica.
Segundo Marx, o conjunto das relações de produção no seio das quais os agentes do processo de produção se encontram simultaneamente com a natureza e com eles próprios, e no seio dos quais eles produzem, constitui a sociedade considerada na sua estrutura económica.
A análise duma determinada estrutura económica tem de fornecer a explicação da realidade social, as características gerais, estáveis, determinantes dos fenómenos que se processam nessa realidade, num médio ou longo prazo. É indispensável que tal análise seja capaz de enunciar os processos de desenvolvimento que se verificam, libertos das circunstâncias particulares, superficiais ou fortuitas. As diferentes estruturas estão ligadas entre si porque agem constantemente umas sobre as outras, influenciam-se mutuamente, permitindo a existência duma certa compatibilidade e equilíbrio estrutural.
Uma ou mais estruturas quando confirmadas por normas definidas pelas instituições, pelo direito ou por uma teoria económica e política, assumem a forma de regime, ou seja, qualquer coisa de concreto, que representa ao mesmo tempo um fenómeno de organização e um fenómeno de funcionamento, que se misturam da maneira mais íntima.
Num outro sentido, a estrutura económica é o sistema de proporções, ligações e relações inerentes a uma entidade económica. Trata-se então de relações entre os vários sectores da economia, ou seja, dos espaços em que se desenvolve uma determinada actividade económica, especialmente os conhecidos por primário, secundário e terciário. O sector primário inclui as actividades através das quais os produtos são obtidos directamente da natureza: agricultura, silvicultura, pesca, extracção de minérios; o sector secundário engloba as actividades em que os produtos da natureza são transformados ou processados, isto é, indústria, transportes e construção; o sector terciário utiliza os conhecimentos, científicos, técnicos, administrativos e outros, e aplica-os essencialmente na prestação de serviços e na execução de transacções comerciais e financeiras.
A ESTRUTURA ECONÔMICA
O sistema econômico dos Países Baixos está baseado na iniciativa privada. O governo participa apenas de um pequeno número de empresas, uma participação que gradualmente está sendo reduzida. O governo se faz presente através de leis, de regulamentações e da administração do estado de bem-estar, desta forma afetando alguns aspectos da atividade econômica. A economia é caracterizada por um setor agrícola pequeno mas altamente eficiente, uma ampla base industrial e um largo setor de serviços.
Agrícola
O valor agregado bruto do total do agro-negócio dos Países Baixos em 2005 foi de 41,9 bilhões de euros, o que representa 9,4% do total nacional do valor agregado.
O setor agrícola emprega aproximadamente 5% da força de trabalho A economia holandesa tem uma forte orientação internacional e no setor agrícola não é diferente Em 2006, os Países Baixos exportaram produtos agrícolas com o valor aproximado de 54,2 bilhões de euros, o que equivale a 17% do valor total exportado naquele ano A maior parte foi exportada para os outros países membros da União Européia Os Países Baixos importaram produtos agrícolas no valor de 30,8 bilhões de euros, ou seja, 11% do valor total importado.
Os produtos agrícolas comercializados internacionalmente para e dos Países Baixos são diversos Plantas diversas e plantas ornamentais representam o maior volume da exportação agrícola Em 2006, o valor destas exportações totalizou 7,9 bilhões de euros, o que representa 15% do total do valor exportado de produtos agrícolas Outros produtos agrícolas importantes exportados são a carne, derivados de carne (5,9 bilhões de euros) e produtos lácteos (4,4 bilhões de euros).
Industria
A atividade industrial gera cerca 30% do PIB, salientando-se que muitas empresas hoje têm optado por terceirizar várias atividades de serviço que antes eram realizadas internamente. Produtos industriais participam com cerca de 60% do total das exportações, um dado que revela a forte orientação internacional do setor industrial neerlandês e sua capacidade de competir com sucesso no mercado mundial. Mais ou menos 25% da força de trabalho encontra o seu emprego neste setor. 
Como resultado do alto nível de especialização alcançado ao longo dos anos e da posição geográfica do país, há um domínio nas exportações industriais de produtos a granel de relativo valor. Porém, a produção e a exportação industrial representam praticamente todas as áreas da alta tecnologia como, por exemplo, as de produtos especializados de aço, automóveis, material de transporte, semicondutores, fibras de alta qualidade, produtos da biotecnologia e da eletrônica, equipamentos médicos, avançados bens de capital, computadores etc.
Nos Países Baixos dá-se muita atenção ao meio-ambiente. Não apenas o própriomeio-ambiente se beneficia com isso. Também foi incrementada a eficiência com que os recursos naturais são usados, ao mesmo tempo em que surgiram várias empresas especializadas em tecnologia e gerenciamento ambiental, que já alcançaram reputação internacional.
Os principais setores são as indústrias de processamento de alimentos e outras com base agrícola, as de produtos químicos, refinarias de petróleo, a indústria de processamento de metais e a de máquinas elétricas. As indústrias petrolíferas e químicas não apenas processam o óleo e o gás provenientes dos campos localizados no norte do país e na plataforma continental do Mar do Norte, mas também refinam, armazenam e transportam igualmente petróleo importado. Isto torna os Países Baixos um elo vital no fornecimento de energia na Europa Ocidental.
Tecnologia
Durante os séculos, os neerlandeses têm adquirido um profundo conhecimento e uma ampla experiência na construção de pontes, barragens, diques, navios, assim como na dragagem, na ampliação territorial e em outras atividades relacionadas com a água. Hoje, empresas holandesas atuam nesse campo no mundo inteiro. A rede neerlandesa de diques foi severamente posta à prova no início de 1995 quando fortes chuvas em toda a Europa causaram o aumento da quantidade de água nos rios a níveis nunca vistos. Embora um ou dois diques tivessem que ser reforçados, todos conseguiram resistir.
Os Países Baixos são a base para empresas multinacionais de peso em todos os setores já mencionados, enquanto, ao mesmo tempo, há uma variedade de empresas menores de tecnologia avançada. Há diversos vínculos entre todas estas indústrias, tanto vertical quanto horizontalmente Além disso, vários grupos de empresas, institutos tecnológicos e universidades estão envolvidos com pesquisa e desenvolvimento. Eles fornecem a base de um processo de constante inovação, indispensável para o empresariadoholandês, em vista do ambiente internacional aberto com que se defronta.
Serviços 
Comércio, transporte, serviços financeiros e outros serviços privados contribuem com mais de 60% para o PIB, e esta participação continua crescendo. Cerca de 20% do total das exportações fica por conta dos serviços, sendo que estes se referem basicamente a transportes. Uma ampla indústria financeira internacional estabeleceu-se em torno das atividades industriais, comerciais e de transportes holandesas, pelo mundo afora. Os três maiores bancos holandeses estão entre os 25 maiores bancos europeus, e possuem filiais em todos os centros financeiros do mundo O mesmo vale para o segmento de seguros, que é um legado da longa tradição holandesa em comércio exterior – e uma fonte de divisas para o país.
Com a extensão de redes modernas e confiáveis de telecomunicações e processamento de dados, os Países Baixos figuram entre os mais avançados nesta área. O país tem ocupado esta posição explorando ao máximo a sua localização estratégica na Europa.

A ESTRUTURA DO CAMPO
Para romper com o paradigma dominante, que se esforça para atingir o concreto pela combinação de duas abstrações – a teoria do equilíbrio geral e a teoria do agente racional –, é preciso, assumindo a historicidade constitutiva dos agentes e de seu espaço de ação numa visão racionalista ampliada, tentar construir uma definição realista da racionalidade econômica como encontro entre disposições socialmente constituídas (numa relação a um campo) e as estruturas, elas mesmas socialmente constituídas, deste campo. Os agentes criam o espaço, isto é, o campo econômico, que só existe pelos agentes que se encontram nele e que deformam o espaço na sua vizinhança, conferindo-lhe uma certa estrutura. Dito de outro modo, é na relação entre as diferentes “fontes de campo”, isto é, entre as diferentes empresas de produção, que se engendram o campo e as relações de força que o caracterizam



CONCLUSÃO
Em suma a Economia Social ou economia solidária constitui a esfera do chamado terceiro setor, sendo o primeiro setor, o setor público (Estado, Governo); sendo o segundo setor, o setor de empresas privadas.
Na esfera da Economia Social, estão o associativismo, o cooperativismo e o mutualismo, como formas de organização da atividade produtiva (Ongs- organizações autônomas; visam a melhoria da qualidade social; projetos sociais; organizações não governamentais).
Ao longo dos últimos 150 anos, a Economia Social vem ganhando expressão e seus objectivos passam necessariamente pela solidariedade e pelo desenvolvimento integrado da comunidade e do Homem. Nesta sequência de ideias, a Economia Social ou Terceiro Sector pode eventualmente substituir a acção do Estado ou ser um prolongamento deste na implementação de suas políticas sociais.




REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Comité Económico e Social Europeu (2007): A economía social na Uniao Europeia http://www.eesc.europa.eu/resources/docs/eesc-2007-11-pt.pdf
Comité Económico e Social Europeu (2012): A economía social na Uniao Europeia (español)
Barros, Carlos Pestana e José C. Gomes Santos (1997), As Instituições Não Lucrativas e a Acção Social em Portugal, Editora Vulgata, Lisboa.
Dias, Mário Caldeira (2005), Economia Social e o Estado Providência, Sociedade e Trabalho, 25, 39-51.
Ferreira, S. (2000), O Papel das Organizações do Terceiro Sector na Reforma das Políticas Públicas de Protecção Social. Uma Abordagem Teórico-Histórica (Dissertação de Mestrado), Coimbra, Faculdade de Economia (cap. 5.1.: 223-237).
Rosanvallon, Pierre (1981), A Crise do Estado Providência, Inquérito, Lisboa.
Serra, J. Almeida e outros (1989), Que Perspectivas para a Economia Social em Portugal?, Centro de Estudos de Economia Pública e Social, Lisboa.
Costa, Fernando Ferreira da (1986), As Cooperativas e a Economia Social, Livros Horizonte, Lisboa.


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