No presente trabalho abordarei sobre a
importância das TICs para o Assistente Social na Educação, assim sendo começo
por dizer que a sociedade em que vivemos hoje, está em constante mudança, exige
um grande desafio ao sistema educativo. As TICs participam de forma imperativa
para que o sistema possa responder às necessidades. De facto, para o assistente
social elas tornaram-se uma realidade desde as grandes multinacionais às
pequenas empresas, das Instituições Públicas aos estabelecimentos de ensino e
até às nossas casas.
As TIC são um instrumento para a educação e a
formação ao longo da vida porque dão acesso a conhecimentos e oferecem
possibilidades de soluções individuais. De facto, quando a educação e a
formação se baseiam nas TICs é possível escolher estudar num lugar onde é
possível combinar estudos com outras obrigações.
Uma das características básicas das TICs é o
facto de um único meio electrónico de comunicação suportar todo o tipo de
informação, desde os tradicionais documentos de texto, a análises matemáticas e
financeiras, passando por imagens, som e vídeo. No entanto, esta multiplicidade
de conceitos, técnicas, equipamentos e programas pode tornar as TICs num
obstáculo difícil de transpor, para alguns. Nestes casos caberá à escola
reduzir as diferenças culturais e possibilitar a utilização de recursos tão
importantes em quase todas as profissões.
As novas tecnologias apresentam três grandes
vantagens:
1 – Facilitam o acesso a diferentes fontes de
conhecimento;
2 – Permitem combinar diferentes domínios que
se desejem estudar;
3 – Constituem um instrumento pedagógico que
permite conjugar diferentes programas e métodos de educação e formação.
Ao nível do ensino, podem-se destacar ainda
duas vantagens no uso destas tecnologias:
- O contexto pessoal, ou seja, a forma como
professores e alunos usam o computador independentemente da sua relação
pedagógica. Neste caso, as vantagens dos computadores compreendem a rapidez de
execução de tarefas, a facilidade de pesquisa de inúmeros assuntos, a
possibilidade de formação à distância, partilha de experiências, entre
outras.
- O contexto educativo, incluindo o contexto
da aula e o contexto da relação pedagógica fora da sala de aula. Aqui as
vantagens assentam na possibilidade de interacção diferenciada que o professor
estabelece com os alunos perante o uso de um determinado software educativo, na
comunicação à distância (e-mail), etc.
Se é verdade que a função da escola é educar
os futuros cidadãos, as TIC deverão ajudar a pôr em prática os princípios de
uma escola democrática: igualdade de oportunidades, formação crítica dos
futuros cidadãos e adaptação das crianças à sociedade.
A principal vantagem do multimédia e do hipermédia
em educação é que facilitam a concretização de diversos objectivos pedagógicos.
A forma de trabalhar numa sala de aula transforma-se totalmente com a sua
aplicação, uma vez que é mais do que um conjunto de ferramentas poderosas e
atraentes. O ensino das ciências, sobretudo, é positivamente alterado e
facilitado com as TIC.
Para a total compreensão de um conteúdo o
professor deve apostar em abordagens, assentes em metodologias tão diferentes
quanto possível: narração, exposição, investigação, experimentação, simulação,
etc. Desta forma, e devido aos vários ritmos de aprendizagem dos alunos, o
professor conseguem atingir e sensibilizar um maior número de alunos. Uma
abordagem múltipla permite também que o próprio professor enfrente diversas
formas de compreensão do mesmo assunto.
Para que os objectivos de um ensino
democrático sejam atendidos, não basta o oferecimento de equipamento
informático às escolas. Mais do que isso, todos os participantes da actividade
educativa (alunos, pais, professores e autarcas) se devem integrar no projecto
da introdução das TIC na escola.
Com a chegada de tantos computadores às
escolas vão ser criadas intranets (redes locais), exigindo obras nos
respectivos edifícios. Todo o equipamento informático poderá ser alojado em
diferentes pontos: bibliotecas, centros de recursos, laboratórios de
informática, laboratórios de ciências, clubes e salas de aulas.
A forma de equipamento das escolas não é
generalizada, quer em termos de tipologia, quer em termos de quantidade.
Deve-se estabelecer um mínimo e um “desejável” para uma escola dinâmica, nível
este determinado pela natureza dos projectos educativos e pelo número de alunos
e professores envolvidos. No entanto, mais do que estes projectos, será a
formação de professores e a integração das TICs no currículo que irá determinar
a sua utilização. De facto, em Portugal têm sido feitos progressos no fornecimento
de equipamento informático às escolas e na formação especializada dos
professores.
Ao mencionar equipamento informático de uma
escola, engloba-se computadores, periféricos indispensáveis, redes
cliente-servidor, bem como a respectiva assistência técnica e manutenção
(garantidas por contratos entre escolas com empresas de hardware). Além disso,
todo o pessoal, mesmo o não docente, deverá estar preparado com formação
profissional com perfil técnico.
A integração das TIC nas escolas conta ainda
com obstáculos pedagógicos. Em primeiro lugar, saber utilizar uma máquina não
significa que já se saiba transformá-la numa ferramenta pedagógica. Além disso,
produtos multimédia muito originais não implica que sejam ferramentas que
permitam redescobrir o prazer de aprender.
Deve salientar-se também que a integração das
TICs não garante por si só eficácia pedagógica. Ou seja, não só existem
produtos multimédia que são maus produtos pedagógicos, como também há muito
bons produtos multimédia mas cujas utilizações pedagógicas são péssimas.
A escola pode usar produtos multimédia que
não tenham sido construídos a pensar exclusivamente no ensino, desde que eles
apresentem qualidade estética e coerência lógica. Aliás, a implementação das
TICs pressupões que a formação de professores seja muito rigorosa: mais do que
saber manipular computadores, eles deverão ser capazes de reflectir
criticamente sobre as TICs e a sua utilização pedagógica. Muitos produtos não
são mais do que bonitas embalagens com velhos conteúdos e velhas pedagogias; o
que é importante é que se analise de forma crítica as possibilidades de
aprendizagem das TICs.
Os produtos multimédia são extremamente
sedutores na medida em que reúnem em simultâneo imagem, cor, som, animação e
efeitos visuais e sonoros, embora se deva ter em atenção o seu uso.
Para todos os alunos, no entanto, a
utilização planeada e ponderada permite:
1 – Desenvolver uma competência de trabalho
em autonomia porque os alunos dispõem desde muito novos a uma vasta variedade
de ferramentas de investigação; os alunos passam a ser responsáveis pelas suas
aprendizagens.
2 – Ampliar as capacidades de análise,
reflexão, confrontação, verificação, organização, selecção e estruturação
porque as informações não estão muna única fonte. Se o aluno não for capaz de
seleccionar, as informações limitam-se a ser uma “acumulação” de saberes e não
“conhecimento”.
3 – Conhecer e compreender outras culturas.
4 – Criar sites: neste trabalho os alunos
estruturam ideias, organizam-nas espacialmente com preocupação estética,
realizam pesquisas históricas, geográficas e culturais, recolhem imagens, som
vídeo, etc.
Algumas das reconhecidas potencialidades das
TICs
· Ajuda
o aluno a descobrir o conhecimento por si: é uma forma de ensino activo em que
o professor ocupa um lugar intermédio ente a informação e os alunos, apontando
caminhos e avivando a criatividade, a autonomia (pois é grande a variedade de
fontes de informação e têm que escolher) e o pensamento crítico. Existe uma
grande relação reflectiva e interventiva entre o aluno e o mundo que o rodeia.
· Promove
o pensamento sobre si mesmo (metacognição), a organização desse pensamento e o
desenvolvimento cognitivo e intelectual, nomeadamente o raciocínio formal.
· Impulsiona
a utilização, por parte de professores e alunos, de diversas ferramentas
intelectuais.
· Enriquece
as próprias aulas pois diversifica as metodologias de ensino – aprendizagem.
· Aumenta
a motivação de alunos e professores.
· Amplia
o volume de informação disponível para os alunos, que está disponível de forma
rápida e simples.
· Proporciona
a interdisciplinaridade.
· Permite
formular hipóteses, testá-las, analisar resultados e reformular conceitos, pelo
que estão de acordo com a investigação científica.
· Possibilita
o trabalho em simultâneo com outras pessoas geograficamente distantes
· Propicia
o recurso a medidas rigorosas de grandezas físicas e químicas e o controlo de
equipamento laboratorial (sensores e interfaces).
· Cria
micromundos de aprendizagem: é capaz de simular experiências que na realidade
são rápidas ou lentas demais, que utilizam materiais perigosos e em condições
impossíveis de conseguir.
· A
aprendizagem torna-se de facto significativa, dadas as inúmeras potencialidades
gráficas.
· Ajuda
a detectar as dificuldades dos alunos.
· Permite
ensinar através da utilização de jogos didácticos.
Mas as tecnologias apresentam igualmente uma
“lista” de limitações da sua utilização, a citar:
· As
barreiras às inovações tecnológicas que naturalmente surgem nas escolas,
conservadoras por natureza, pelo que necessitam de acções de sensibilização às
inovações. A escola terá que interiorizar que já não é o único meio de
transmissão de conhecimento
· Escassez
de software de elevada qualidade técnica e pedagógica. A produção deste
material implica um trabalho colaborativo de pedagogos e programadores.
· O
grande número de alunos, que por dificuldades económicas, não possuem
computador.
· A
falta de formação inicial e contínua dos professores para o uso das tecnologias
e respectivo aproveitamento pedagógico. Muitas vezes os professores não gostam
das tecnologias, não se sentem confortáveis a empregá-las, pelo que não as usam
nem incentivam a usá-las.
· A
falta de conhecimento sobre o impacto do uso das TIC no contexto educativo.
· A
escassez de tempo, que é indispensável na aprendizagem das tecnologias e na
preparação das aulas.
· A
utilização inadequada de muito material tecnológico, tido como pedagogicamente
enriquecedores.
· A
ausência de sites específicos para todos os conteúdos, promovendo a navegação
livre pela Internet.
· Altera-se
a relação professor/aluno: torna-se muito mais distante porque o trabalho é
muito mais autónomo.
· Passividade
e desinteresse dos alunos porque recebem “tudo pronto”.
A forma como as TIC são integradas nas escolas
pode e deve variar, o importante é que hajam objectivos bem definidos e
coordenação de modo que todas as iniciativas estejam subordinadas a um Projecto
Educativo. Uma pedagogia de projecto é muito mais eficaz porque em vez de uma
aprendizagem técnica utilizam-se as tecnologias tendo em vista um objectivo
atendendo as actividades do Assistente Social.
De facto, para o total aproveitamento das
suas vantagens, as TIC necessitam de planeamento adequado, de uma estratégia
educativa centrada no aluno, de Assistentes Sociais correctamente formados e
actualizados e de uma escola receptiva às inovações. A inserção das tecnologias
é problemática e constitui um desafio para escolas e Assistentes Sociais. Estes
têm evidente dificuldade em aplicar os conhecimentos adquiridos sobre as TICs
na prática lectiva, devido às mudanças que implicam para essas mesmas práticas.
As TICs são mais do que veículos de informação, ferramentas ou instrumentos
educacionais: possibilitam novas formas de ordenação da experiência humana, com
múltiplos reflexos na área cognitiva e nas acções práticas, ao possibilitar
novas formas de comunicação e produção de conhecimento, transformando a
consciência individual, na percepção do mundo, nos valores e nas formas de
actuação pessoal.
Os Assistentes Sociais reconhecem que a
escola está desactualizada em relação à sociedade e que os alunos estão cada
vez mais desinteressados pelas actividades escolares tradicionais. Por estes
motivos, tentam introduzir as tecnologias nas práticas educativas, embora não
tenham conhecimento profundo do seu potencial pedagógico. Assim, a inserção das
tecnologias limita-se, em muitos casos, a evidenciar o seu carácter atractivo,
sem que se toquem questões – chave dos processos pedagógicos, como o currículo,
a avaliação, a relação do Assistente Social, as novas formas de aprender e
construção do conhecimento.
Uma vez que o tipo de actividades está
centrado no aluno e no desenvolvimento das suas competências, o papel do
Assistente Social altera-se, sendo necessários Assistentes com um perfil
diferente do tradicional. Estes devem ser capazes de decidir qual a melhor
metodologia que se adapta aos objectivos da aprendizagem a realizar e como
utilizar as TICs e identificar as metodologias adequadas para as integrar no
ensino. A metodologia é baseada na participação dos alunos e, por isso, o
Assistente Social deixa de deter e avaliar o conhecimento, para facilitar e
motivar a aprendizagem. Ele terá como função proporcionar experiências diversas
visando o desenvolvimento das competências desejáveis: promover discussões,
disponibilizar acesso à informação, promover experiências de aprendizagens
diversificadas, etc.
O novo Assistente Social assume funções
pedagógicas, necessariamente, mas deverá ser também coordenador e gestor de
recursos e preparador de equipamentos. Assim, é necessária a formação técnica
ao nível das ferramentas e instrumentos – competência técnica – mas também a
aquisição e desenvolvimento de novas competências didácticas e pedagógicas.
A importância das escolas estarem ligadas à
Internet reside na promoção do acesso às tecnologias em si e à infra-estrutura
de comunicação, tornando-as um novo espaço aberto a interacções não lineares.
Doutro modo, a escola transforma-se num ponto
articulador da produção de conhecimentos, cultura, do estabelecimento de
relações e de dinâmicas de aprendizagem. A Internet possibilita à escola fazer
parte de uma comunidade mais vasta, de uma rede educacional, onde os limites
espaciais e temporais são relativos e dá-se origem a um universo em que o real
se confunde com o virtual, e os limites são os da comunicação em rede.
Apesar de todos os avanços tecnológicos, é na
dinâmica pedagógica que a estrutura escolar tem dificultado as inovações, uma
vez que a sua dimensão ainda é tradicional. A implementação de um trabalho
colectivo e a criação de outras formas de gerir tempos, espaços e conteúdos é,
por isso, muito dificultada, reforçando a imagem de que a escola está
ultrapassada em relação aos espaços e tempos exteriores a ela.
AS TICs
ENRIQUECEM O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
As TIC enriquecem os tradicionais processos
de ensino aprendizagem já que proporcionam aos alunos e professores ambientes
de aprendizagem mais participada e fomentam a tomada de decisões sobre o que se
quer aprende e ensinar.
As redes de comunicação actuais são a base da
realidade social, profissional e escolar. Ao aproveitar a interactividade
global promove-se, necessariamente, a aprendizagem colaborativa através de
fóruns de discussão, chats (para comunicação em tempo real e troca de
ficheiros), roteiros de exploração.
Para que este novo e inovador estilo de aula
seja implementado, o Assistente Social deve saber manusear o computador e
perceber as potencialidades das tecnologias para a transformação das práticas
pedagógicas. É preciso perceber como as TICs criam novos espaços colaborativos
e interactivos de aprendizagem. Ou seja, é necessária uma mudança de atitudes,
de concepções, novas aprendizagens e novas formas de aprender. É a formação
inicial que tem a responsabilidade de preparar os Assistentes Sociais para um
espírito de abertura à mudança permanente, de fomentar o gosto pela
aprendizagem contínua e de receptividade à inovação e renovação pedagógica.
A organização, conjugada com a forma de
distribuição dos tempos dos Assistentes, dificulta o trabalho conjunto e a
proposta de outras formas de organização curricular. Além disso, quando são
promovidas actividades diversificadas, mantém-se a ideia de que as TICs são
apenas ferramentas para tornar o trabalho da sala de aula mais atractivo, pelo
que os projectos de uso das tecnologias são vistos como um trabalho separado do
desenvolvido na sala de aula. Assim, a inserção das TICs no quotidiano escolar
deve ser no sentido de fortalecer e articular um conjunto de acções mais
continuadas. De facto, o trabalho cooperativo é promovido, a relação Educador -
aluno torna-se menos hierárquica, os alunos interferem mais na aula uma vez que
os temas são actuais e têm acesso à Internet, extrapolando o limite da sala de aula
e os conteúdos disciplinares.
Ainda não é clara a diferença entre usar as
tecnologias de informação e comunicação e a sua integração curricular. Usar
curricularmente as tecnologias, pode implicar utilizá-las para os mais diversos
fins, sem um propósito claro e exclusivo de aprender um conteúdo. Por outro
lado, essa integração curricular implica o seu uso para aprender um conceito ou
um processo numa determinada disciplina curricular. Trata-se de valorizar as
possibilidades didácticas das TICs com objectivos e fins educativos; ao
integrá-las no currículo significa aprender através delas mais do que
aprendê-las.
De uma forma global, integrar as TICs
significa fazer parte de um currículo, englobá-las harmoniosamente com os
restantes componentes desse currículo; é utilizá-las como parte integral e não
como um apêndice ou recurso periférico. Integração curricular de TICs na área
educativa para o Assistente Social significa incluí-las no desenvolvimento do
próprio currículo, para apoiar uma disciplina ou conteúdo; são ferramentas que
estimulam a aprendizagem, pelo que se tornam “invisíveis” perante professor e
alunos pois estes aproveitam o que elas têm de mais proveitoso. Mas quando se
fala em integração da tecnologia ao currículo, o centro é a tecnologia:aprender
as TICs aparece como foco de atenção, sem objectivo curricular de aprendizagem.
Currículo é tudo o que se considera conveniente desenvolver na prática
educativa e implica todos os aspectos relativos ao ensino e aprendizagem; um
conjunto de resultados de aprendizagem e princípios e concepções didácticas que
se implementam na prática.
Concluindo pode-se constatar o quanto é necessária
à incorporação pelos assistentes sociais, destas novas ferramentas de trabalho
(TICs) de modo a redirecioná-los abrindo novas direções para a construção, na
área social e da educação, voltada não apenas ao gerenciamento de ações, mas a
possibilidade de sustentar novos modos de criação de redes sociais, políticas e
formas inovadoras de participação democrática. O importante é ter claro que as
ferramentas tecnológicas são essenciais para melhorar os trabalhos
profissionais, que seja uma ferramenta a fim de se obter respostas as demandas
sócio-profissionais e educativas, que tenha um intencionalidade, onde os
valores profissionais sejam preservados na área da educação.
SOUZA,P.C. Sociedade da Informação e
Serviço Social: uma estratégia de
intervenção? Disponível em
http://www.uel.br/cesa/sersocial/principalgeral.html . Acesso em: 04/06/015.
KERN, F.A.Et alli. A Informática e seus
Impactos no Cotidiano. Disponível em
http://www.uel.br/cesa/sersocial/principalgeral.html
Acesso em :04/06/2015.
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